24 março 2010

Fatos Pitorescos

Fatos contados pela filha Olinda Elsa.
*Quando Stephan e Rosália foram morar em Jaguari, junto foram as outras quatro famílias que imigraram junto com eles e eram seus amigos. Então todos, em mutirão construiram suas casas, de barro com telhado de palha. A casa de Stephan ficou por último e ele a construiu bem sózinho, pois os outros trataram de começar a plantação.

* Quando Stephan e seus amigos construíram suas casas, fazer telhado de palha era novidade para eles. Depois que estavam prontas, ao cair a primeira chuva, choveu dentro das casas, que as mulheres tiveram que abrir os guarda-chuvas. Então mais palha colocaram em cima dos telhados e mais água entrou nas casas. Só conseguiram ajeitar os telhados, quando pediram ajuda a um caboclo, que ensinou o jeito certo de colocar a palha, que nem precisava ser muita.

* Lá em Jaguari eles moravam bem no interior do município. Para fazer compras na "venda", eles tinham de andar meio dia a cavalo, para ir e mais meio dia para voltar. Eles sempre se revesavam, e cada mês ía outro homem fazer as compras para todos.

* Certa época na casa de Stephan apareceram muitos ratos, então eles resolveram adotar um gato. Então Stephan foi à cidade e pediu para o dono da venda. O homem disse que lhe dava um gato, mas ele precisava pagá-lo com um saco de milho debulhado. Stephan concordou porque precisava muito do gato.

* Stephan e Rosália moravam a uma boa distância das outras quatro famílias. Para chegar à casa do primeiro vizinho, tinham que atravessar um arroio e a ponte era um tronco caído de árvore. Rosália nunca passava sobre o tronco, com medo de cair, preferia passar por dentro da água, pois era bem raso. Quando chovia muito, este arroio enchia tanto, que parecia um rio com correnteza bem forte. Um dia, quando Stephan havia saído para fazer compras, deu um temporal muito forte e em poucos minutos o arroio encheu. Como Rosália ficou com medo de ficar sozinha, ela pegou seu filho no colo e correu para a casa do primeiro vizinho, passando sem olhar por sobre a ponte, que em tempo seco ela não tinha coragem de passar.

* Rosália falava o alemão, diferente das outras pessoas. Ela tinha um sotaque, devido a região de onde ela veio. Quem não a conhecia bem, às vezes não entendia bem o que ela dizia. Quando sua bisneta Ingrid, começou a falar, ela tinha o mesmo sotaque pois conviveu um tempo com ela.

* Quando Rosália morou com a filha Olinda em Estância Velha, esta estava passando dificuldades financeiras, por causa da enfermidade do marido. Então Rosália, para ajudar, enchia um cesto com verduras e legumes, colhidos na horta, e ía até o centro da vila para vender. Ela ía passando nas casas e gritando bem alto: "olha o rabanete, olha o chuchu, olha o temperinho, tudo bem fresquinho". Por causa de sua simpatia e sotaque engraçado, ela sempre conseguia vender tudo.

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Fato contado pela neta Yoni Filuszteck

* Quando Stephan chegou ao Brasil, estava no Rio de Janeiro o maestro e compositor Carlos Gomes, (Compôs "O Guarani", viveu de 1836 a 1896) e este ouviu falar que dentre os novos imigrantes havia um excelente tocador de clarinete. Imediatamente ele foi até o alojamento para conhecer este clarinetista e se impressionou com sua aptidão, convidando-o para fazer parte da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro. No entanto, Stephan não aceitou o convite, preferindo ir com seus amigos para o sul em busca das terras prometidas.

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Fato contado pela neta Lia Paulina Filuszteck

Quando chegou ao Brasil, Rosália não conhecia pessoas da raça negra. Então, já no primeiro dia, quando ela e as companheiras foram passear, para conhecer as redondezas do alojamento onde ficaram, viram num arroio, umas senhoras lavando roupas e elas eram bem pretas. Então ela indagou para as companheiras, em alemão “Ai, porque que elas são pretas?!!” Uma das mulheres pretas, ouviu e sabendo falar alemão, respondeu para ela. “Quando a senhora estiver aqui no Brasil tanto tempo quanto eu, também vai ficar preta assim”. Então Rosália, muito espantada gritou e choramingou para suas companheiras: “Eu não quero ficar preta assim, eu não vou ficar aqui, vou pedir para o Stephan, para ir embora logo novamente”.

Fato contado pela neta Anna Kura Minuzzo

O tio dela, Walter, casado com Melitta, confeccionava os calçados para sua família e certa vez ao fazer sapatos para a filha Magda, os mesmos ficaram apertados. 
Na verdade, ficaram pequenos demais para os pés de Magda. Melitta então perguntou porque ele havia feito tão apertado, tinha se enganado? Ele por sua vez disse não, pois havia confeccionado os sapatos exatamente conforme havia anotado o número a última vez,  anos antes.
Melitta teve que explicar  que os pés de Magda também cresceram junto com ela, desde o último par  que ele havia confeccionado. 




Se você conhece mais fatos desta família, escreva para mim, que serão incluídos aqui.

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