24 março 2010

História dos imigrantes

No ano de 1890, após o casamento de Stephan e Rosália, eles e mais quatro casais amigos, resolveram vir tentar a sorte no Brasil. Lá na Europa havia muita propaganda das boas terras que havia neste continente e as vantagens que eram oferecidas para quem viesse colonizá-las. Aqui receberiam terras, implementos agrícolas, animais e sementes. Como na Europa o trabalho estava escasso, devido a revoluções e guerras, a propaganda favorável ao Brasil, encheu estas famílias de esperança num futuro promissor.
Quando chegaram  no Rio de Janeiro, tados os os imigrantes foram albergados na "Hospedaria dos Imigrantes  da Ilha das Flores". Esta hospedaria era uma organização federal  que tinha por finalidade acolher e selecionar os imigrantes. Como no Rio de Janeiro havia uma epidemia de febre amarela, foram enviados logo para o inerior do estado para uma fazenda de café.
Ao desembarcarem no porto do Rio de Janeiro, Stephan viu quando desembarcaram sua bagagem, que consistia de um grande baú, cheio de ferramentas e enxoval necessário para o casal. Em seguida, ao querer retirá-lo, foi informado de que seu baú não estava entre as bagagens e não mais o recebeu. Assim ficaram só com a roupa do corpo e suas bolsas de mão.
Na fazenda de café, o proprietário, permitiu que eles ajuntassem e ficassem para si, os grãos de café que ficavam perdidos pelo chão. Assim cada família conseguiu ajuntar umas economias.
Depois de alguns dias, foram embarcados para o Rio Grande do Sul, onde foram assentados em terras de Jaguari. Lá permaneceram por quatro anos, pois tiveram que fugir quando veio a revolução. (Revolução Federalista, de 1892 a 1895, que teve um saldo de 10 mil mortos - Pesquisa em História e Civilização de Carlos Guilherme Mota e Adriana Lopez).
Em Jaguari conseguiram construir uma casinha, tinham plantações, tinham um bom cavalo, estavam progredindo. Tudo porém tiveram que deixar para trás e fugir da Revolução.
Fugiram no cavalo, Stephan, Rosália e Félix Bela, o primeiro filho, que nasceu lá. Precisaram passar no meio dos revolucionários. Mostraram seus documentos e como eram estrangeiros, não foram impedidos de fugir, mas foram muito debochados, por deixarem tudo para trás. Isto os deixou muito tristes.
Quando chegaram à estação férrea, só havia trem para Porto Alegre, no outro dia. Então o chefe da estação lhes deu pousada em sua casa, onde ficaram instalados na cozinha. Em agradecimento, e também na impossibilidade de levar o cavalo, o deixaram para este senhor. Assim chegaram a Porto Alegre, novamente com os mínimos pertences, só o que puderam levar nas mãos.
Em Porto Alegre procuram o Consulado, que os sustentou por alguns meses, até conseguirem se instalar e começar a trabalhar.
Foram morar em São Leopoldo, onde Stephan montou uma oficina, onde afiava facas, navalhas, tesouras, consertava máquinas e motores, e principalmente, armas, o que era sua especialidade, pois ele tinha curso de armeiro e já havia trabalhado em fábrica de armas na Europa.
Junto com os documentos dele há um diploma, recebido em 23/08/1890 em Genébra, Suiça.Também dois atestados de fábrica de armas, onde ele trabalhou na Europa: "Waffenfabrik Mauser" e "Schweizerische Industrie-Geselschaft".
Rosália era costureira de roupas e logo conseguiu muitas freguesas.
Moravam na Rua América, número 427, hoje Rua João Neves da Fontoura.
Stephan faleceu em 10/08/1930 em São Leopoldo, com 67 anos, repentinamente de ataque cardíaco.
Quando Stephan faleceu, Rosália ainda ficou morando alguns anos em São Leopoldo, com os filhos Bruno, João e Melitta. Depois ela foi morar em Estância Velha, com a filha Olinda que estava casada e o marido estava enfêrmo.
Rosália faleceu em São Leopoldo, onde viveu por último, com a filha Melitta.

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